Cruzei-me com um homem
de olhos vazios
fundos abismos sombrios
que todos fitavam ao longe
por curiosidade;
mas o medo de espreitar
e de aqueles olhos serem
boca e língua e dentes
afogando a multidão
na saliva das lágrimas
tanto medo
daqueles olhos
enterrados na cova das órbitas
que apenas aguardavam a morte
sob as flores murchas
que todos atiravam à sua lápide.
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