Actividade Paroxística

sábado, 25 de outubro de 2014


Guardo todas as palavras que não digo

por falta de jeito

a minha única forma

de falar

fica perto,

rente ao dizer.



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

De profundis amamus

Ontem às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria


(...)

Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso


Cesariny...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

As Spectator I was interested in photography only for "sentimental" reasons; I wanted to explore it not as a question (a theme) but as a wound: I see, I feel, hence i notice, I observe and I think.

Roland Barthes, Camera Lucida.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

"I grasp at each second, trying to suck it dry: nothing happens which I do not seize, which I do not fix forever in myself, nothing, neither the fugitive tenderness of those lovely eyes, nor the noises of the street, nor the false dawn of early morning: and even so the minute passes and I do not hold it back, I like to see it pass..."

nausea. JPS.

sábado, 11 de outubro de 2014

what is this f.e.e.l.i.n.g.c.a.l.l.e.d.l.o.v.e ?
why me? why you? why here? why now?

De um instante a outro
são mil lugares diferentes
percorro-os de olhos fechados
sem saber
quando e onde

v
o
u


c

a


i






r.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

sábado, 4 de outubro de 2014

Quand il est arrivé à l’hôpital il était comme vous Albert, blessé à la tête, mais il n’a pas eu votre chance. Il est mort après la trépanation, à la veille de l’armistice. Dans sa dernière lettre à sa fiancée inconnue, il écrivait « Tes seins sont les seuls obus que j’aime ».

Jules et Jim, François Truffaut, 1962.