chuva.

Pássaros livres, voando
dos meus olhos para a tua boca.

Quando te despires de palavras
encontrarás a singela nudez do silêncio.

A ausência ocupa tanto




espaço.

A espera é uma companhia inquieta.

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Ali, onde uma luz trémula deixa adivinhar
as mãos
o braço
o rosto
no silêncio cósmico e gravítico
do desconhecido.

De olhos inquietos
à procura do rosto em que se respira.

em queda livre na vertigem do teu íntimo
meu assombro.

não há frio mais glaciar que a distância
entre algumas



palavras
que não se encontram.

a noite é um verso
à solta,
viram-na atravessar o silêncio
entre copos vazios
dizem que procurava um poema,
dois quadris quentes
onde pudesse amar

e esquecer.

às vezes,
 ao fundo de mim
encontro
 o espaço e a sombra,
finas lâminas de melancolia.

o ruído e o grão.

Tenho os olhos embaçados
de tanta pressa,
de tanto ir.

Esta noite o tempo corre
l
e
n
t
o
Como um rio demorado
Nas margens dos livros.

somos ainda o silêncio,
os olhos afundados
e a mão suspensa no ar quando

te dissemos adeus.

A queda vertiginosa dos anos na inexorável teia do destino.

E as palavras, suicidárias
Precipitando-se nos lábios
Recuam
Numa apneia de sílabas engolidas a medo.

Vida subterrânea.

 Poemas do álcool e do mar.

Costumavas ver o mar, de olhos pousados no parapeito das pestanas,
Tristes como vasos esquecidos, secos de água e de sal.

Ainda resta a manhã no fundo da chávena onde a noite se bebeu sem fim.

Os pensamentos surgem como comboios velozes nos apeadeiros da memória.

metamorfose.